sexta-feira, 13 de abril de 2012

EMBAIXO DA FIGUEIRA








Nessa figueira abençoada
Pela mãe natureza
Não me causa surpresa
Vir tamanha inspiração
Pra o vivente em meditação
Sentado no capim
Neste sossego sem fim
De Céu, terra e intermediação
O florido da natureza
Em sua dança frondosa
Abundante, caprichosa
Cantos de pássaros
Cochichando em cântaros
Naturais nas canhadas
Pelas marcas deixadas
Em tempos bárbaros
Um sabiá me debocha
Com sua afinação
Tem tradição
De cantar todos dias
Bonitas melodias
Me aguçam os ouvidos
Elevam a alma sem gemidos
Deixando sem apatias
Olho no horizonte
Vejo longe bem longe
Meu olhar tange
Num ponto distante
Sempre constante
Me pergunto o que vejo
Talvez só lampejo
De homem murmurante
Onde deixamos morrer
A natureza de humanos?
Vivemos enganos
Não respeitamos o natural
Parece um bando de animal
Temos inteligência
Precisamos consciência
Não só astral
Olho na volta
Procuro onde ficaram
Valores se dissiparam
O mundo não se ajeita
Hoje nada se respeita
É tudo para satisfazer
A personalidade até morrer
O resto se despeita
Poucos se preocupam
Com o que vai acontecer
Cada um querendo ser
Mais ganancioso
Do que honroso
Não interessa o que vem
Não se importam com ninguém
Vivemos em um mundo assombroso
Quando vamos resgatar as virtudes
Que cada um possui
Deixar o que é ruim
Elevar pensamentos
Com maiores sentimentos
Deixar de ser animais
Mostrar aos descendentes, ademais
Que não somos, só instintos
O homem veio para evoluir
Aflorar o que há de melhor
Sermos muito maior
Porque assim podemos
No mundo em que vivemos
Mais saudável torna-lo
E então aproveita-lo
Para nos elevarmos.

Poeta Nêuquen Vanderlan,
24 de novembro de 2006

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