domingo, 14 de agosto de 2011

Dias dos Pais

No livro Vereda Familiar pelo Espírito de Thereza de Brito pela mediunidade de José Raul Teixeira encontramos a mensagem Carta aos Pais, o livro foi lançado em 1991, mas é muito atual, que possamos refletir sobre a mesma. A todos os meus queridos amigos pais muitas alegrias todos os dias do ano.

Meu irmão,
Evocando as homenagens que lhe são tributadas, pela nobre missão que o Senhor da Vida lhe concedeu, na condição de pai da Terra, venho ao encontro do seu coração, a fim de que possamos, juntos, refletir acerca de alguns elementos que, muitas vezes, são deixados de lado, por variados motivos.
Sabe que ser pai no mundo é honrosa oportunidade com que Deus brinda o homem, com que abençoa a masculinidade, homenageando a sua função c-criadora, ao lada da mulher que se fez mãe pelos vínculos carnais.
Assim, meu irmão-pai, torna-se necessária a sua atenção para os episódios mais estridentes que acontecem nos momentos que passam na conjuntura social.
Ouve-se falar dos tomentos dos vícios, do tóxico, em particular, solapando as energias jovens, começando a destroçar a criança, ainda nas primeiras experiências infantis, enleando até mesmo os seus filhos na volúpia viciosa, e tantas vezes você não se interessa e, por isso, nada vê...
É verdade que você se encontra preocupado com a manutenção doméstica. É válido que você se torne eixo em torno do qual giram preocupações e carências a lhe exigirem acertadas resoluções. É compreensível que esteja cansado, ao voltar dos sucessos cotidianos da profissão.
Porém papai, não deponha sobre os ombros da companheira-mãe a responsabilidade de, sozinha, conduzir o lar, educar a prole, acompanhar os passos dos pequenos e dos mocinhos, fazendo-se presente onde se torne preciso. Você pode e necessita, meu amigo, na condição de genitor, participar desse luminoso esforço, que é o de conduzir ao Criador as lamas que lhe foram apresentadas na função de filhos.
Quantas vezes você tem mirado nos olhos dos seus filhos para sentir-lhe as realidades íntimas, pelas janelas da alma?
Quantas vezes você tem renunciado a um lazer para que esteja com eles, nos compromissos escolares em que se faça importante a sua pessoa, numa ou noutra atividade social, a fim de que se sintam apoiados por sua presença a dar-lhes segurança?
Quantas vezes você tem dialogado com seus filhos, ouvindo-lhes as opiniões sobre a vida, as pessoas, os fatos, cooperando no esclarecimento de equívocos e fazendo recolocações devidas, auxiliando-os a caminhar pelas vias do discernimento?
Quantas vezes visitou, você mesmo, os ambientes, os redutos, nos quais vivem e se agitam seus filhos, a fim de conhecer onde estão comumente, com quem estão e os que fazem, demonstrando interesse pelo acerto deles na vida?
Quantas vezes chamou-lhes a atenção, com carinho e energia, ao vê-los bandear-se para caminhos obscuros, induzidos pela propaganda tendenciosa do mal ou pelas opiniões de quem se lhes apresenta como liderança da moda?
Quantas vezes você conseguiu conversar, sem gritar; orientar, sem imposição descabida; corrigir, sem agressão, para que eles adquirissem o senso do equilíbrio das proporções e da tranqüila disciplina?
Pense, meu irmão, pense seriamente, desarmado emocionalmente, para verificar se não terá tido ou se não tem participação nos equívocos em que os filhos se lançam por ignorância ou desamparo, por falta de sua assistência...
Sei, muito bem, que você ama a seus filhos. Entretanto, o amor, sendo a virtude por excelência, deve ser vigilante e perspicaz, para que, em seu nome, a insensatez e a sombra não se estabeleçam.
Hoje, quando tantos filhos sofrem a carência da presença dos pais, mesmo tendo-os ainda no corpo, revise como tem sido o seu entrosamento com os seus filhos. Vigie-se para não trocar por presentes materiais a atenção que lhes deve, de modo a conquistá-los. Ainda que tenha coisas para dar, dê-as, mas oferte-se a eles. Sorria com eles, corra com eles, ajude-0s em pequenos serviços, em singelos deveres escolares. Ouça-lhes as histórias simples do dia-a-dia, vividas com colegas e amigos. Dê valor às suas dificuldades, sem exageros prejudiciais, contudo. Pergunte-lhes, ao chegar a casa, sobre as atividades, gostos e desgostos, tornando-se, assim, amigo-confidente, para que seja aceito como conselheiro.
Mas, não se olvide de que todas as suas orientações, palavras e ensinos se esboroarão, ruirão por terra, se você apenas quiser ensinar, sem que viva, nobremente, os ensinos que ministra.

Reflita, pai querido, que seus rebentos lhe conduzirão a mensagem de vida aonde quer que forem, impregnados que estarão por tudo quanto lhes houver oferecido.
Não se esqueça, ainda, papai, que você não está a sós, com a sua companheira, para o conduzimento dos filhos. Contam vocês com a assistência e com a participação dos nobre Emissários do Bem, que se fizerem seus Anjos Guardiães, e que têm interesse em recambiá-los a Deus, valendo-se da sua disposição de pai e mãe na Terra.
Não diga que se torna difícil a lide, por lhe faltar o burilamento da cultura escolar. Par orientarmo-nos pelo bem, pelo caminho correto, junto aos nossos afetos, não temos necessidade de diploma, mas, sim, de bom senso e maturidade, aliados a uma profunda confiança em Deus.
Repito-lhe que os Espíritos Avalistas da sua família acompanharão as suas lutas e dificuldades, limitações e empenhos, suprindo onde seja necessário, a fim de que você consiga avançar, cooperando com o Criador de modo efetivo e mais afetivo, alcandorando-se com os seus educandos bem formados.
Ao abraçá-lo por sua coragem e por seu amor, junto aos filhos amados, auguramos-lhe verdadeiros progressos, na marcha para a real felicidade, após a sua missão devidamente atendida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário